
Cerca de duas mil e quinhentas pessoas poderão ficar desempregadas devido ao encerramento das operações da USAID em Moçambique, informou o Governo através da ministra do Trabalho, Gênero e Acção Social, Ivete Alane.
“Do último encontro que tive com o grupo das organizações que se beneficiavam do financiamento, falavam de 2500 postos e acredito que deve ser mais ou menos isso”, disse nesta quinta-feira, a ministra.
“Considerando que os empregos são perdidos, e isso é um problema, a nossa expectativa é que a economia floresça para se poder produzir empregos em Moçambique”, acrescentou.
Em Fevereiro deste ano, o embaixador dos EUA em Moçambique alertou, através de um telegrama, que a ausência de funcionários da USAID no país deixaria em incerteza 114 iniciativas de financiamento em curso e 225 trabalhadores juniores.
O fim da USAID foi muito criticado por especialistas em ajuda humanitária e organizações internacionais, que alertam que o seu desaparecimento deixa uma enorme lacuna nos programas de saúde, educação e resposta a crises humanitárias.
Um estudo coordenado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) e publicado na revista The Lancet, citado pela imprensa internacional, alertou que os cortes na ajuda norte-americana podem levar a mais de 14 milhões de mortes “evitáveis” até 2030.
De acordo com o estudo, a USAID teve um impacto fundamental na redução da mortalidade por VIH/SIDA, malária e doenças tropicais negligenciadas em todo o mundo.
A USAID foi criada em 1961 pelo presidente John F. Kennedy para canalizar a ajuda externa americana para fins de desenvolvimento e assistência humanitária.