
Mostra um país cada vez mais mergulhado naviolência e um Estado incapaz de garantir segurança
Um cidadão foi crivado de balas na noite de ontem, quarta-feira, 11 de Junho, no bairro Nkobe, Município da Matola, Província de Maputo. O assassinato frio e macabro é parte de um capítulo de violência generalizada que consome Moçambique perante a inacção de um Estado fraco ou enfraquecido, por isso incapaz de cumprir as suas funções, no caso em apreço, de garantia de segurança, que, ao lado da justiça e do bem-estar, fazem o tripé das funções de qualquer Estado sério.
Informação disponível indica que a vítima, que se fazia transportar numa viatura de marca Mahindra, cor branca, foi surpreendida por três indivíduos que se faziam transportar numa viatura de marca Toyota, modelo Auris. Conta-se que os três indivíduos teriam disparado mais de 30 tiros contra a viatura, parte dos quais atingiram a vítima que perdeu a vida no local. Conta-se ainda que perto do local do crime estavam agentes da Polícia da República de Moçambique.
Informação não verificada e posta a circular nas redes sociais indica que, em vida, a vítima respondia pelo nome de Carlitos Zandamela, Superintendente Principal da PRM e Chefe de Reconhecimento da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), uma subunidade da Polícia. Várias narrativas circularam após o assassinato. Algumas vozes dizem que se trate de ajuste de contas. Outras dizem tratar-se de queima de arquivo. Independentemente das causas e da qualidade da vítima, o Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) vê um acto de violência cobarde, desprezível e que deve ser condenado por todos.
Trata-se, na verdade, de um acto que faz parte de um capítulo de violência generalizada que consome Moçambique perante a inacção de um Estado fraco ou enfraquecido, por isso incapaz de cumprir as suas funções, no caso em apreço da garantia de segurança, que, ao lado da Justiça e do Bem-Estar, fazem o tripé das funções de qualquer estado sério.
O Estado tem falhado em garantir segurança. O facto de o crime ter sido cometido num local com presença policial é preocupante. Se há crimes a metros de agentes da PRM, o que não vai acontecer em regiões onde não há presença policial? Enquanto o Estado não age para controlar os bandidos, os bandidos estão a caminhar para a consolidação do controlo do Estado.(CDD)