
A Presidente da Namíbia, Netumbo Nandi Ndaitwah, manifestou segunda-feira (19) o seu interesse em construir uma réplica da Central Termoeléctrica de Maputo (CTM) para a produção de electricidade para alimentar o seu país.
A CTM é um empreendimento de ciclo combinado à gás natural, com uma capacidade para produzir 106 MegaWatts (MW) de electricidade.
Falando hoje, minutos após uma visita a CTM, Ndaitwah disse que o seu país, incluindo a região austral de África, decidiu abraçar a energia renovável e limpa como uma forma de incentivar o desenvolvimento da economia nos próximos anos.
“Digo que o que eu vi aqui é um investimento na energia. Eu realmente quero ver na Namíbia. Nós também estamos fazendo esforços. Decidimos apostar na energia misturada, o que significa que nós não podemos realmente empurrar a energia convencional”, disse.
Ao ver a produção da CTM, a estadista namibiana corroborou que a energia limpa é muito compreensível.
“O investimento que nós vimos aqui, em Moçambique, posso dizer que é um investimento em nome da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral]. E como um dos líderes do SADC, posso falar em nome dos meus colegas que gostariam de ver mais deste tipo de investimento expandido na nossa região”.
Segundo Ndaitwah, o continente africano é produtora de urânio, que, actualmente está sendo exportada para outros países fora do continente.
“África é produtora de urânio, que, actualmente está sendo exportada para outros continentes para que eles aumentem a produção de energia. A Namíbia é um desses países. Então, nós não podemos nos afastar. De outra forma, nós estamos nos envolvendo na discussão para que possamos aumentar o potencial energético da SADC”, afirmou.
Anotou que o maior interesse de cooperação com Moçambique é no sector energético, reiterando que na manhã de hoje, com o Presidente da República, Daniel Chapo, ambos concordaram em tornar a cooperação energética mais aprimorada.
“Devem saber que como dois Presidentes, concordamos que temos que fazer mais em torno da nossa cooperação. Politicamente, nós estamos fazendo um trabalho excepcional”.
Reiterou que a Comissão de Cooperação mútua deve ser urgentemente fixada para fortalecer as relações nos sectores de desenvolvimento, incluindo energia, mineração, agricultura e turismo.
“O objectivo é fazer crescer as nossas economias para criar emprego para os nossos jovens serem empregados”, disse, realçando a necessidade de produzir energia suficiente para a região da SADC.
“Os governos”, acrescentou, “não poderiam fazer isso sozinhos, e é por isso que nós estamos convocando nosso sector privado para se juntar e trabalhar em parceria”.
Por seu turno, o ministro moçambicano dos Recursos Minerais e Energia, Estevão Pale, afirmou ser pertinente o reforço da cooperação económica, sobretudo energética, que, segundo ele, ainda não está cimentada.
“A ideia é reforçarmos a cooperação económica com a Namíbia que não tem estado a ser muito bem desenvolvida mas que neste momento, os nossos dois Presidentes decidiram que devem reforçar essa cooperação nas várias áreas, incluindo a área de energia”, disse.
Com uma utilização diária de 15 mil gigajoules de gás natural para a geração de energia eléctrica, a CTM tem 52 por cento de rendimento do seu ciclo combinado de produção interna.
Orçado em cerca de 8,3 mil milhões de meticais (um dólar equivale a 63 meticais, ao câmbio do dia) a Central é uma das primeiras na região austral de África.