
Moçambique foi distinguido como Campeão na Luta Contra a Malária durante a 78ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada em Genebra, Suíça. A honraria, entregue ao ministro da Saúde, Hussein Isse, reconhece os esforços do país no combate à malária, apesar de dados recentes apontarem para uma tendência preocupante no aumento da mortalidade.
Segundo a Presidência da República, a distinção reflecte os avanços na prevenção da doença, como a intensificação da pulverização intra-domiciliária, distribuição de redes mosquiteiras, melhorias nos serviços de diagnóstico e tratamento, além da introdução progressiva da vacina contra a malária em grupos de risco.
Contudo, os números oficiais lançam um alerta sobre os desafios persistentes. Embora Moçambique tenha reduzido o número de mortes por malária de 423 em 2022 para 356 em 2023 — uma queda de 16% — em 2024 esse número voltou a subir ligeiramente para 358. O início de 2025 trouxe um aumento ainda mais expressivo: só no primeiro trimestre, o país registou 162 mortes, um crescimento de 51% em comparação com o período homólogo. A província do Niassa destacou-se negativamente, concentrando 40% desses óbitos.
Apesar dos reconhecimentos internacionais, os dados evidenciam que a malária continua a ser uma das principais causas de morte em Moçambique, especialmente entre crianças menores de cinco anos. Isso levanta questões sobre a eficácia e a sustentabilidade das estratégias implementadas, bem como a necessidade urgente de reforçar a vigilância, o acesso a cuidados de saúde e a cooperação internacional.