
A taxa de juro de referência para o crédito em Moçambique reduziu este mês para 18% após ter se fixado em 18,5% em Abril.
A decisão foi comunicada pelo Banco de Moçambique (BdM) e pela Associação Moçambicana de Bancos (AMB), que reduz assim a ‘prime rate’ após ter permanecido inalterada desde Março, mês em que a taxa foi reduzida em 50 pontos base, no que constituiu o quinto corte em seis meses.
Desde Janeiro de 2024, a ‘prime rate’ tem vindo a recuar gradualmente, após um período prolongado em que se manteve nos 24,1%, máximo alcançado durante seis meses consecutivos.
A prime rate do sistema financeiro moçambicano é a única taxa de referência para as operações de crédito de taxa de juro variável. Aplica-se às operações de crédito contratualizadas entre as instituições de crédito, sociedades financeiras e clientes, acrescida de uma margem (spread) que é adicionada ou subtraída mediante a análise de risco de cada categoria de crédito ou operação em concreto. Por isso, com esta medida, as instituições de crédito poderão reagir revendo também em alta as taxas de juro que praticam nas transacções com o público.
A criação da ‘prime rate’ foi acordada em 2017 entre o banco central e a AMB para eliminar a proliferação de taxas de referência no custo do dinheiro. O objectivo é que todas as operações de crédito sejam baseadas numa taxa única, acrescida de uma margem (‘spread’), que será adicionada ou subtraída à ‘prime rate’ mediante a análise de risco de cada contrato, explicam os promotores.
Entretanto, segundo documento a que o MZNews teve acesso, o Indexante Único calculado mensalmente pelo Banco de Moçambique está fixado para este mês em 11,80%: “O Indexante Único é a taxa média medida pelo volume das operações efectuadas no mercado monetário interbancário para o prazo de vencimento de um dia útil (overnight), nomeadamente as operações à taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) entre o BdM e os bancos comerciais.”
Ainda segundo o documento, o acordo sobre o Indexante Único do sistema bancário moçambicano visa promover uma maior transparência no processo de fixação das taxas de juro variáveis no mercado e melhorar o mecanismo de transmissão da política monetária.